Nas últimas décadas, as cores mais intensas ficaram de lado para dar espaço a espaços com atmosfera mais clean. Ressignificadas, as cozinhas coloridas retornam com uma nova leitura e equilíbrio, contribuindo com o bem-estar dos moradores
As cores são responsáveis por proporcionar diferentes sensações nos ambientes. Do aconchego à alegria, cada paleta entrega ao décor a sua sintonia e significado. Em décadas passadas – nos idos de 1970 –, as cozinhas também se destacavam pelas tons fortes, inclusive nos eletrodomésticos, mas depois de explorada por muito tempo, a atmosfera clean voltou a reinar, como se as outras propostas do círculo cromático não pudessem mais marcar presença nesse ambiente.
Em uma releitura, ela, que é um coração pulsante das casas, voltou a se destacar pela ousadia de tonalidades que fazem bem no dia a dia e contagia os moradores. Ao ser repaginada, ressignificar o uso nas cores nas cozinhas veio acompanhado pelo equilíbrio, como estratégia para conter um grande medo: o de enjoar. “Em tempos passados, a intensidade era a tônica das cores nos projetos, mas hoje a proposta não é a de pesar, mas sim de trazê-las sob medida, com um ‘que’ de descrição e vivacidade”, analisa o arquiteto Bruno Moraes, à frente do BMA Studio.
De acordo com ele, o entendimento é simples: se as paredes receberem revestimentos de tons intensos, os móveis seguirão uma linha mais neutra, com uma paleta mais clara ou tons de amadeirado. “Ou vice-versa”, complementa.
Acompanhe o raciocínio compartilhado por Bruno Moraes para os projetos de cozinhas coloridas:
A inserção no décor da cozinha
Como ponto de partida, o profissional afirma que é necessário quebrar o paradigma do medo que ainda paira sobre cozinhas coloridas. “O receio é recorrente e compreensível. Por isso, sempre ressaltamos para nossos clientes que, antes de inseri-las, fazemos um estudo para entender as cores que combinam com aquele estilo de projeto. O caminho é acompanhar as orientações do círculo cromático e as indicações existentes dentro da psicologia das cores, principalmente para esse espaço”, orienta.
E ao contrário do que muitos pensam, incluir cores na cozinha não significa torná-la um espaço chamativo. “A combinação de cores parece simples, mas não é. Sinceramente, é fácil de errar e ficar cafona”, alerta o arquiteto. Ainda assim, em cozinhas, ele declara seu apreço por trabalhar tons azulados e esverdeados combinados com cores neutras, pois elimina-se o risco de uma decoração carregada. “Basicamente, o pensamento que nos ajuda a decidir na cozinha é o mesmo de outros ambientes e, entre esses atributos, analisamos o estilo de vida do cliente, idade, cultura e a regionalidade, entre outros pontos”, detalha.
Sobre a combinação das cores, Bruno sustenta a importância de o morador contar com a consultoria de um arquiteto ou designer de interiores. Assim como as pessoas têm contato com especialistas em colorimetria para descobrir a paleta que melhor combina com o tom de pele e o estilo, o mesmo raciocínio também se aplica nessa decisão dentro da arquitetura de interiores. “A utilização de cores primárias opostas no círculo de cores tende a deixar o ser humano irritadíssimo ou com o desejo de permanecer por pouco tempo no local. E é justamente isso o que não queremos para nossos moradores e seus convidados”, analisa.
Utilizando cores sem enjoar!
Outro receio indicado pelo arquiteto Bruno Moraes diz respeito às questões de tendência e o que entra e sai de moda. Entretanto, ele defende que a decisão bem elaborada foge desses temores e que há como colorir a cozinha dentro de uma proposta atemporal. “Eu percebo que, quem já nos pede, de cara, as cores nesse ambiente está em busca de um lar mais vivo e descontraído”, compartilha. “Mas, na maioria das vezes, somos nós, profissionais de arquitetura, que argumentamos e desfazemos o medo de arriscar”, diz ele.
Nessas ocasiões, uma boa condição é concentrar as cores apenas em um ponto visual e sem exagerar. Seja qual for a opção, é possível criar atmosferas, cenários e composições que conversam diretamente com a personalidade dos moradores.
Sobre BMA Studio
Criado há 14 anos, o escritório é comandado por Bruno Moraes, arquiteto formado pela Faculdade Belas Artes de São Paulo (FEBASP) e pós-graduado em Gerenciamento de Empreendimentos na Construção Civil pela FAU Mackenzie. Bruno já passou por grandes escritórios, como o do arquiteto Siegbert Zanettini.
Atua nas áreas de gerenciamento e execução de obras, concepção de projetos de casas, reforma de apartamentos, stands de apartamento decorado, retrofits, espaços corporativos e áreas comuns de edifícios. Dispõe de equipe própria de obra treinada para gerir os trabalhos com processos inteligentes, com diferenciais como um aplicativo personalizado para gestão das obras. Entre seus principais clientes estão: o Grupo Volkswagen, as multinacionais Arauco e Fabbri, os escritórios da Tecban (Banco 24h), as Sorveteiras Rochinha, um projeto de revitalização urbana no bairro do Bixiga. Além de obras diversas executadas em todas as regiões do Brasil e uma participação na Mostra Casa Saudável HBC.
A marca BMA Studio conta com trabalhos e vídeos publicados em importantes veículos de arquitetura do Brasil. Bruno é colunista do Portal PiniWeb, é apresentador do PodCast de Arquitetura Corporativa para o ClubCasa Design, foi apresentador do PodCast do Viva Decora e desde 2019 participa do quadro de decoração do Programa da Eliana, no SBT. Em 2023, marcou sua estreia na maior mostra de arquitetura das Américas, a CASACOR São Paulo. Com seu ambiente ‘Cozinha Funcional’, foi vencedor do prêmio Melhor Ambiente, na categoria Cozinha Integrada ou Cozinha Gourmet, concedido pela VEJA São Paulo na 36ª edição.
BMA Studio
(11) 2062-6423
@brunomoraesarquiteturastudio
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