10 erros mais comuns em projetos de apartamentos pequenos

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A arquiteta Júlia Guadix reuniu dicas que propiciam a otimização do layout, mais conforto e dores de cabeça com execuções que diminuem ainda mais a área útil do imóvel

Apartamentos pequenos demandam soluções para organizar a vida do morador e atenuar a sensação de pouco espaço | Projeto: Studio Guadix | Foto: Guilherme Pucci

Cada vez mais morar em apartamentos com metragens reduzidas é uma realidade, principalmente nos grandes centros urbanos. Por serem compactos, esses projetos precisam de uma atenção redobrada com o objetivo de maximizar os espaços, criando sensação de amplitude. Afinal, sempre existe uma solução, sobretudo nos imóveis que transitam entre 30 a 50m².

O desafio do profissional de arquitetura contratado pelo proprietário é conceber, em uma planta menor, uma estrutura semelhante àquela existente em um apartamento mais amplo. Em paralelo, ele também precisa conhecer bem a rotina do morador, seu estilo de vida e as demandas que o imóvel precisa atender. Quem realiza a afirmação é a arquiteta Júlia Guadix, à frente do Studio Guadix. “Essa relação nos dá base para executar o projeto, tornando-o sob medida e com tudo que ele precisa”, declara.

Para cooperar nessa missão, Júlia enumerou os 10 erros mais comuns cometidos em imóveis pequenos. Confira a seguir:

1)    Não ter um projeto:

O sonho de ter um apto pequeno muito bem produzido é proporcional à necessidade de contar com um arquiteto para realizar o projeto. Em um imóvel pequeno, o olhar apurado garante que cada centímetro seja aproveitado e o estudo elucida questões como a falta de espaço, deixando os ambientes funcionais e convidativos. “Desconsiderar a contratação de um profissional especializado para ter um planejamento pode implicar em um valor mais caro lá na frente em função de dores de cabeças e reformas que precisarão ser feitas”, explica Júlia.

2)    Economizar na marcenaria planejada:

Em um imóvel com esse porte, a marcenaria planejada atua com soluções milagrosas. Nesse sentido, planejar cada centímetro maximizará o uso dos ambientes, oferecendo a sensação de amplitude. “É possível fazer um armário do quarto ou da cozinha até o teto, criando pequenos nichos. Se atrás da porta tiver espaço, podemos projetar uma sapateira”, sugere Júlia Guadix.

Nessa cozinha, o forno e o micro-ondas foram embutidos na marcenaria, deixando mais espaço na cozinha corredor | Projeto: Studio Guadix | Foto: Guilherme Pucci

Os móveis multiuso também são ótimas saídas para os cômodos menores. As opções são variadas e tudo dependerá da necessidade de cada morador. Uma mesa pode ser considerada para servir para as refeições diárias, prover apoio na cozinha e, até mesmo para trabalhar. Sofá-cama e cama que desce da estrutura vertical de marcenaria se configuram como meios eficazes para o dormir e banquinhos e pufes extras dispostos ao redor da mesa criam mais lugares para recepcionar convidados em casa.

3)    Muitas paredes:

Quanto mais paredes, menos amplitude. Assim, a integração dos ambientes é uma excelente solução, desde que funcione no dia a dia dos moradores. A sala de jantar e a cozinha, por exemplo, podem estar conectadas, facilitando, inclusive, as refeições. Além de derrubar as paredes, usar o mesmo piso é um recurso que ajuda nessa conexão.

A integração entre a sala de jantar e a cozinha permite uma melhor circulação das pessoas | Projeto: Studio Guadix | Foto: Guilherme Pucci

4)    Não priorizar a circulação:

Seguindo nessa linha, a circulação em um apartamento compacto não pode ser negligenciada em nenhuma hipótese. Para evitar espaços com aspecto amontoado, fuja de móveis e objetos desproporcionais em relação ao tamanho do lugar. “Mais uma vez, ressalto a importância de um projeto. Só assim você escapará de montar um espaço com elementos grandes demais”, enfatiza a profissional.

No quarto da pequena cliente, móveis e objetos cuidadosamente escolhidos pela arquiteta ampliaram o cômodo de 9,5 m² | Projeto: Studio Guadix | Foto: Guilherme Pucci

5)    Escolher móveis muito altos:

Proporcionar uma linha de visão mais livre auxilia muito na percepção de amplitude. Dessa forma, a arquiteta recomenda deixar o espaço entre 50 a 60 cm, até 2 m, com o mínimo de ocupação possível. Além disso, o mobiliário não deve ser posicionado na frente das janelas – uma ação que impede a entrada de luz natural e que abafa o apto por conta da ausência de circulação de ar.

Aqui, o sofá se encaixou perfeitamente abaixo da janela, possibilitando a livre circulação da luz natural e da ventilação | Projeto: Studio Guadix | Foto: Guilherme Pucci

6)    Acumular coisas:

Ambientes desorganizados e lotados de itens não transmitem bem-estar e comodidade, sobretudo em imóveis com medidas reduzidas. “Sempre aconselho que as pessoas guardem apenas o essencial, evitando acumular coisas que ocuparão espaços preciosos com alguma utilidade ou simplesmente para o respiro do local”, conta a arquiteta. O ditado ‘menos é mais’ nunca foi tão apropriado.

Ter apenas o essencial deixará o apartamento mais organizado e convidativo | Projeto: Studio Guadix| Foto: Guilherme Pucci

Ambientes desorganizados e lotados de itens não transmitem bem-estar e comodidade, sobretudo em imóveis com medidas reduzidas. “Sempre aconselho que as pessoas guardem apenas o essencial, evitando acumular coisas que ocuparão espaços preciosos com alguma utilidade ou simplesmente para o respiro do local”, conta a arquiteta. O ditado ‘menos é mais’ nunca foi tão apropriado.

7)    Exagerar nos tons escuros:

Aplicar cores escuras não é considerado um erro, porém é recomendada a moderação, haja vista a aplicação de uma paleta majoritariamente carregada implica em uma diminuição visual. Mas isso não quer dizer que elas devem ser evitadas. “Mesclar o preto ou tons mais vibrantes com um conjunto de tons mais neutros traz um contraste interessante e leve”, sugere Júlia.

8)    Revestimentos sem textura:

Ainda falando sobre as paredes, o revestimento é outro elemento que colabora no propósito de ampliar os cômodos. Tijolinho, cimento queimado, concreto aparente, ou seja, modelos que tenham uma variação de tonalidade e textura, produzem maior profundidade visual se comparados ao efeito de plano chapado.

Nesse living, a parede com revestimento de tijolinhos ofereceu amplitude ao brincar com as texturas | Projeto: Studio Guadix| Foto: Guilherme Pucci

9)    Cortina e tapete em tamanhos errados:

Assim como a tonalidade e o revestimento das superfícies, os elementos móveis também merecem atenção. Sobre as cortinas, independentemente do local, o ideal é sejam instaladas do teto até o chão, não apenas cobrindo as janelas.

Além de oferecer mais conforto térmico e visual, a cortina ajudou a ampliar o quarto | Projeto:  Studio Guadix | Foto: Guilherme Pucci

Além disso, escolher o tapete do tamanho certo tem o mesmo efeito. “Tapete muito pequeno diminui o ambiente. Por isso, é sempre adequado eleger os modelos maiores que entram embaixo do sofá, das cadeiras ou praticamente encostados na parede”, afirma a profissional.

10)    Iluminação apenas no centro do ambiente:

Para que o local fique amplo e agradável, não se pode negligenciar o perfeito posicionamento das luzes. Colocar um lustre apenas no centro do ambiente provocará o efeito de penumbra nas paredes, resultando em uma sensação de fechamento. “A dica é distribuir essa iluminação pelas superfícies por meio da instalação de arandelas, abajures ou spots direcionáveis”, finaliza.

Nesse banheiro, iluminação distribuída melhorou as dimensões | Projeto: Studio Guadix | Foto: Guilherme Pucci

Sobre o Studio Guadix

Fundado em março de 2016 pela arquiteta Júlia Guadix, o escritório, que antes se chamava Liv’n Arquitetura, nasceu com o intuito de construir, junto aos clientes, projetos originais e personalizados, capazes de promover mudanças tanto no imóvel como no estilo de vida dos moradores. A troca de nome para Studio Guadix, planejada por Júlia e seu irmão Victor, que também integra a equipe, aconteceu em 2021. Mas o propósito da arquiteta segue o mesmo desde o princípio: entregar trabalhos que passem a ideia de conforto e modernidade por meio de um estilo simples, acolhedor e atemporal. Até agora, são mais de 30 reformas concluídas.

Av. Dr. Cardoso de Melo, 291, São Paulo – SP

(11) 94537 – 0101

www.studioguadix.com

Instagram: @studioguadix

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