De uma situação temporária para uma nova realidade no mundo profissional, muitos casais dividem o lar e o espaço de trabalho; Arquiteta Cristiane Schiavoni ensina como elaborar um home office que pode ser usado pelos dois e que, ao mesmo tempo, não prejudique a individualidade de cada um.
Em um passado não tão distante, o casal se despedia logo cedinho, antes de cada um iniciar o deslocamento para o seu local de trabalho, retornando só à noite. Mas para muitos a realidade não é mais essa: depois de tomar o café da manhã juntos, seguem dividindo o mesmo espaço para exercer as atividades profissionais. E necessariamente precisa que estejam separados, cada um em um canto da casa? “A resposta é não. Mesmo em funções diferentes, eu acredito que o casal pode compartilhar o mesmo home office e, para isso, a estrutura é importante para tornar essa convivência prazerosa e muito saudável”, afirma a arquiteta Cristiane Schiavoni, que comanda o escritório que leva seu nome.
De acordo com a especialista, a concepção de dois espaços não é uma regra. “Muitas vezes o imóvel nem tem área para isso”, argumenta. Portanto, é possível sim ter um home office duplo, sem interferir na individualidade e nas especificidades que cada profissão requer. Experiente, acompanhe as dicas compartilhadas por ela.
O que deve ser considerado ao projetar um home office para casais?
Entre as principais considerações na hora de projetar um home office para casais, está a análise do perfil de trabalho de cada um. Para Cristiane, a rotina de trabalho dos dois é uma das premissas que ditam o projeto. “Temos aqueles que precisam de uma área mais reservada por conta de videochamadas e muitas conversas no celular, por isso, não podemos deixar de considerar uma conjuntura mais reservada”, detalha. Ela também relaciona os moradores que preferem ter um espaço onde podem se sentir completamente imersos, sem nenhuma interrupção no contexto da residência. “Nesses casos, precisamos considerar uma área mais isolada dos cômodos que abrigam a convivência social da família”, explica.
Quando devemos isolar o home office ou integrá-lo a outro espaço?
O isolamento ou a conexão com outros cômodos dependerá da personalidade dos moradores e do seu trabalho. “A disposição do home office não pode ficar localizada no dormitório se o horário de expediente interferir no sono do outro”, exemplifica a arquiteta. Por não haver regras específicas, o caminho é sempre agir como um profissional mediador, que compreende cada etapa dessa convivência e resolve, com antecedência, questões que podem ou não acontecer enquanto trabalham.
Ainda sobre os dormitórios, a organização é um ponto primordial que ambos precisam seguir. “Quando acontece esse descuido, cumprir as tarefas pode ser tornar uma missão caótica, assim como quando o intuito for o de descansar. Além do espaço para sentar e utilizar o notebook, não abro mão de dispor de gaveteiros e armário para que os dois possam guardar seus materiais. A ideia é sempre a de separar os momentos de trabalho e relaxamento”, orienta Cristiane.
Como deixar o ambiente aconchegante e funcional ao mesmo tempo?
A arquiteta Cristiane Schiavoni enumera as três principais características de um home office: praticidade, conforto e ergonomia. Bem-estar é mandatório: a rigor, ela sempre avalia a altura dos moradores, contudo, pode-se considerar uma mesa de trabalho com 75 cm de altura até o chão e cadeira com ajustes (incluindo angulação na lombar, do braço e do assento). “Em médio e longo prazo, deixar de lado esses parâmetros interfere diretamente em nossa saúde, que não podemos deixar em segundo plano”, detalha.
Para quem trabalha com monitores maiores, a profissional recomenda mesas mais profundas para que a distância do monitor seja adequada ao restante dos equipamentos e a ergonomia do morador. Se o trabalho exige escrita, é interessante investir em mesas com mais espaço livre. “A escolha da cadeira é uma das mais importantes na projeção de um home office”, explica Cristiane. “É necessário equilibrar o tamanho do casal com o tamanho da mesa, e o elemento que dará o conforto para os dois é a cadeira, que auxiliará no bom posicionamento da lombar e equalizará os diferentes biotipos presentes”, complementa a arquiteta.
Existe uma cor específica para esses ambientes?
Há alternativas para agradar a todos os gostos, lembra Cristiane. “Nessa hora, precisamos pesquisar para entender o que agrada o casal. Podemos tanto ousar nas cores ou nos tons mais neutros, respeitando o jeito de ser de quem usufruirá desse espaço”.
Qual a maior vantagem do Home Office para casais?
Seres humanos vivem em conexão e o período mundial atravessado mundialmente veio justamente para acentuar essa comprovação. “Projetar um home office em conjunto tem como intuito justamente aproximar o casal. A rotina diária de trabalho é exaustiva e ter ao seu lado uma pessoa amada pode ser muito benéfico para a relação”, diz a especialista. Ela conta que o maior desafio é conciliar as tarefas diferentes, mas garante que com um bom planejamento é possível criar um ambiente compatível e que integre os dois na rotina um do outro sem interferência.
Sobre a arquiteta Cristiane Schiavoni
Formada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo (FAU-USP), Cristiane Schiavoni atua na área de arquitetura, decoração e reforma desde 1996 e hoje, o escritório que leva seu nome, tem mais de 20 anos de história, reunindo centenas de projetos dentro e fora do Estado de São Paulo. Em suas criações residenciais e comerciais, publicadas em importantes veículos brasileiros, elementos-surpresa e toques de cor se misturam aos recursos que garantem o conforto e o aconchego dos moradores.
Acabamentos aplicados de maneira incomum e materiais versáteis também são presenças constantes nos trabalhos de Cristiane Schiavoni. O resultado se reflete na concepção de ambientes modernos, humanizados e dinâmicos, que convidam ao bem-estar e, principalmente, traduzem a essência de cada cliente.
Tel. (11) 3649-4900
@cristianeschiavoni
Saiba mais sobre o que acontece aqui em Arquimorar