Com tantas opções no mercado, o material mais adequado deve respeitar quesitos como durabilidade e facilidade de limpeza, sem deixar de pensar numa bancada bem projetada, que atenda às necessidades dos moradores Bancadas de Dekton e de MDF revestido de laminado decorativo estão integradas na cozinha da SCA Jardim Europa | Foto: Rafael Renzo Ter uma cozinha funcional e sempre bonita exige diversas etapas. Além de caprichar na seleção dos revestimentos de pisos e paredes, deve-se acertar na escolha da bancada da pia, elemento primordial no dia a dia da família. Que material escolher? Quais os diferenciais de cada um? O que levar em consideração? Essas são algumas das dúvidas mais comuns sobre esse assunto. Para respondê-las, reunimos dicas das arquitetas Karina Alonso, sócia da SCA Jardim Europa, em São Paulo, e Danielle Dantas e Paula Passos, sócias do escritório Dantas & Passos Arquitetura. |
Primeiros passos |
Na cozinha assinada pela arquiteta Karina Korn, a execução do mobiliário foi realizada pela SCA Jardim Europa. O espaço ganhou toques mesclados entre o clássico o contemporâneo | Foto: Luis Gomes de Souza |
Um dos pontos principais para definição da bancada é começar pela escolha do material que melhor se adequa à linguagem do projeto, além, obviamente, do orçamento disponível para a obra, considerando que há opções para todos os gostos e estilos. Também deve-se saber a intensidade do uso da cozinha e qual o comportamento do material em relação ao dia a dia da família. É primordial especificar materiais duráveis. “No caso de bancadas de cozinhas integradas, convém que o material eleito esteja em harmonia com os demais adotados no ambiente vizinho”, afirmam as sócias do escritório Dantas & Passos Arquiteturas. Resolvidas as questões de estética e resistência, o próximo passo é a compra e a instalação com empresas especializadas no produto escolhido. Além disso, convém seguir à risca os cuidados de conservação dos tampos sugeridos pelos fabricantes, pois o uso de um produto contraindicado não vai apenas prejudicar a estética como a longevidade da bancada. A bancada é um dos itens mais usados na cozinha, por isso o conselho das arquitetas Danielle Dantas e Paula Passos é pesquisar bem as possibilidades antes de bater o martelo. Alguns materiais precisam de mais cuidado no cotidiano, outros são mais práticos e resistentes, já alguns se destacam pelas inúmeras cores. Mas, em todos os casos, é preciso seguir algumas regras básicas para não cometer erros. “Seja qual for o material da bancada é importante que o mesmo seja resistente ao calor, tenha uma superfície lisa e que facilite a limpeza. É essencial também que não seja poroso, evitando o risco de juntar bactérias”, aconselha Paula Passos. Segundo Karina Alonso, da SCA Jardim Europa, para quem tem espaço disponível é possível misturar materiais diferentes nas bancadas, dedicando cada uma delas para uma função diferente, como preparo dos alimentos, mesa de apoio, etc. É importante que ela seja pensada para o uso no dia a dia, de uma forma funcional. |
Principais materiais |
Local de convívio e coração da casa para receber amigos. O espaço criado pelo Escritório Traço 68 Arquitetura traz uma singular forma de apreciar acabamentos de primeira e sintonizar tudo isso aos principais produtos do momento l Foto: Divulgação |
Para ajudar na seleção do material que combine com o cotidiano da família, a estética do projeto e de fácil acesso ao orçamento, as profissionais separaram os materiais mais usados, evidenciando as vantagens e as desvantagens deles. Confira! |
Granito |
O granito é um dos materiais mais comuns para tampos de cozinha, oferecendo a beleza e a durabilidade da pedra natural. Mas, seus poros devem ser fechados para evitar o acúmulo de sujeira. “O material faz muito sucesso, já que tem um bom custo x benefício. Para não absorver líquido nem manchar, a impermeabilização é bem-vinda”, indica Karina Alonso, da SCA Jardim Europa. |
Porcelanato |
Muito comum em bancadas de banheiros, esse material também pode ser usado nos tampos da cozinha. Entretanto, há limites nas dimensões das peças, o que inviabiliza as bancadas maiores sem que haja emendas. Segundo empresas que executam o serviço, o ideal é adotar as placas de maior espessura, como as de 2 cm. As versões slim (fininhas) são contraindicadas. |
Nanoglass |
Feito a base de pó de vidro com resina, o nanoglass tem alta durabilidade e baixo índice de absorção, por isso não mancha com facilidade. “Em contrapartida, só é encontrado com acabamento em brilho, não suporta altas temperaturas e precisa de mão de obra especializada para ser manufaturado e assim evitar trincas”, revela a arquiteta Paula Passos. |
Mármore |
A pedra traz um aspecto muito elegante para a bancada, mas é preciso tomar certo cuidado, já que ela é porosa e pode manchar com mais facilidade no uso diário. Por isso, o conselho das profissionais é evitar esse material na cozinha, principalmente se o ambiente tiver um uso intenso. |
Corian |
As arquitetas do escritório Dantas & Passos Arquitetura explicam que o Corian é um composto sintético sólido de resina e outros itens produzidos pela DuPont. “O material pode ser facilmente moldado, diferente de outras pedras mais rígidas. Com isso, é mais fácil conseguir resultados de formas curvas ou orgânicas com desenhos diferenciados. O melhor é que não há emendas, possibilitando criar uma peça única e de diversas cores”, revela Danielle Dantas. Porém, a desvantagem desse material é o custo bem elevado. Recomenda-se não colocar objetos quentes em sua superfície, já que pode manchar e precisar de mão de obra especializada para remover a mancha. |
Silestone e Dekton |
Ambas são pedras compostas com alta tecnologia, por isso, se tornam mais caras. O resultado é uma bancada mais resistente e durável. A paleta de cores são inúmeras com diversos padrões. Tanto o Silestone como o Dekton são fabricados pela Cosentino. Para compreender melhor, a arquiteta e sócia da SCA Jardim Europa reuniu as principais características de cada um: O Silestone é composto por cerca de 94% de quartzo, o que resulta em uma durabilidade e resistência incríveis. Com diferentes espessuras, isso possibilita atender diferentes necessidades, desde pisos até bancadas e uso em paredes. “Como nada é perfeito, seu custo acaba sendo mais elevado, mas vale muito a pena porque dura muito”, comenta Karina. Dekton é um material que mistura matérias-primas usadas na fabricação de vidro, porcelânico e superfícies de quartzo. É altamente resistente a riscos e não é poroso. Pode ter distintas formas de uso, desde pisos, paredes, bancadas ou piscinas. “É um material que alia estética e resistência, ele pode reproduzir o visual de outros materiais como aço corten, cimento, concreto e mármore”, diz Karina Alonso. |
Aço Inox |
Traz um ar de modernidade aos ambientes e permite um design arrojado.O material é ótimo para a bancada da cozinha, já que é blindado contra bactérias e calor. É preciso ter cuidado na hora do seu corte, pois ele pode riscar. Também convém ter cuidado redobrado na limpeza devido a facilidade de manchá-lo. Outra desvantagem é seu custo elevado. |
Madeira |
A arquiteta Gigi Gorenstein assina o projeto onde a marcenaria neutra possibilita o toque de cor nos revestimentos em três tonalidades. A madeira clara traz aconchego, e o branco a harmonia e luz ao ambiente l Foto: Luis Gomes de Souza |
O material deve ser usado em ambientes rústicos ou mais contemporâneos. “Mas, lembre-se de pesquisar uma madeira mais dura e ainda recomendo que faça uma base protetora. O material não é resistente ao contato com água e calor”,revela a arquiteta Danielle Dantas. |