Peça cobogó produzida em mogno africano destaca a versatilidade dessa matéria-prima para a arquitetura e decoração
O mogno africano está em alta no Brasil e veio mesmo para ficar. No último dia 15, o designer Gustavo Greco recebeu um dos maiores prêmios do mundo, o iF Design Award, na categoria Instalação, num dos mais modernos teatros alemães, o Friedrichstadt Palast, em Berlim.
A instalação Siré (Xirê), exposta na Casacor Minas em 2021, feita com o mogno africano, foi eleita um dos destaques na competição internacional, que reuniu quase 11 mil projetos, de 56 países.
“O Siré (Xirê) teve destaque diante de um júri de 133 membros. Além da alegria de ver nossa ideia bem avaliada por um corpo de jurados altamente qualificado, prêmios estabelecem padrões criativos, educam, inspiram, promovem o bom design e colocam o Brasil mais uma vez no pódio”, afirma Greco.
Segundo ele, a inspiração para a instalação veio dos orixás, entalhados em 515 cobogós, e da origem da madeira, com a intenção de discutir sobre intolerância religiosa e resgatar a ancestralidade dos povos. Essa foi a primeira peça em que Greco utilizou o mogno africano e ele se mostrou impressionado com a multiplicidade de qualidades do material.
“O mogno africano nos pareceu a melhor escolha para dar materialidade à nossa ideia. Foi a primeira vez que trabalhamos com essa matéria-prima e ficamos impressionados com sua resistência e durabilidade. A madeira é conhecida por sua beleza e qualidade, e entre as suas vantagens estão a alta densidade e resistência à umidade, além da sua cor uniforme e atraente, que pode variar do marrom-avermelhado ao marrom-claro”, avaliou o designer.
A versatilidade do mogno africano tem agradado a diversos designers, arquitetos e profissionais que trabalham no ramo de decoração, além da indústria moveleira. A madeira tem sido a matéria-prima para cadeiras, mesas, portas e janelas, além de utilitários e objetos de decoração.
Parceria – A instalação de Greco na Casacor Minas é fruto de uma parceria entre o designer e a Associação Brasileira dos Produtores de Mogno Africano (ABPMA), que cedeu todo o mogno africano para a sua produção. A espécie hoje, que é plantada em 12 estados brasileiros, já está em fase de comercialização para a indústria moveleira e sendo beneficiada. Há mais de 15 mil hectares de florestas plantadas entre os 60 produtores que integram a ABPMA.
A espécie de madeira trazida da África se adaptou muito bem às condições climáticas brasileiras e se destaca pela sustentabilidade, uma vez que seu plantio e manejo são feitos de forma planejada, e a sua utilização evita o corte de espécies nativas e o desmatamento.
“A ABPMA tem primado por parcerias com profissionais e empresas de excelência para mostrar aos brasileiros toda a versatilidade, plasticidade e sustentabilidade do mogno africano plantado no Brasil. O mogno africano veio para ficar, ainda mais em tempos de extinção de outras espécies de madeira, justamente por causa da extração irregular. A ABPMA quer mostrar que é possível produzir e ainda cuidar do nosso planeta”, ressalta a diretora-executiva da Associação, Patrícia Fonseca.
O iF Design Award tem sede em Hannover (Alemanha) e acontece desde 1953. Em 2023, recebeu 145 inscrições brasileiras, das quais 92 foram finalistas e 68 acabaram premiadas.
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